O Hands on Particle Physics na Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Apresentação
O IPPOG-Masterclass-Hands on Particle Physics-Rio de Janeiro
O IPPOG-Masterclass-Hands on Particle Physics-Rio de Janeiro é um projeto de divulgação científica do IPPOG (International Particle
Physics Outreach Group). Ele foi desenvolvido para professores e jovens
estudantes interessados em ciências naturais e tem por objetivo aumentar o
entendimento estudantil acerca dos processos fundamentais que ocorrem nas regiões
mais ínfimas da matéria, difundindo a pesquisa contemporânea em colisão de
partículas.
O projeto reúne, uma vez por ano, cerca de 12.000 alunos
de ensino médio de 42 países, quando os estudantes vão a uma das 200 universidades
ou institutos de pesquisa que fazem parte do projeto para assistir palestras
sobre física fundamental, constituição da matéria, física nuclear, e fazer
medições utilizando dados reais dos experimentos do LHC, no CERN. Após a
análise dos eventos,resultantes das colisões próton-próton, é feita uma vídeo-conferência
internacional para comunicação dos resultados obtidos. Apesar da tradição
brasileira na física de partículas, a história desta ciência, e da ciência em
geral permanece desconhecida da população do país. A falta de uma cultura
científica nacional tornam ainda maiores os desafios da divulgação de ciência e
da educação científica no Brasil.
A coordenação brasileira do Masterclass-Hands on Particle Physics está alocada no Departamento de
Física Nuclear e Altas Energias da Universidade do Estadodo Rio de Janeiro.
O objetivo do projeto é divulgar a física de partículas entre jovens
estudantes, cativando-os para a ciência de ponta praticada atualmente nesta
área. Em muitos países a física contemporânea não é ensinada, e os alunos não
reconhecem a ciência como uma prática que ainda está em aberto, cheia de
desafios, incertezas e aventuras, operando muitas vezes nos limites do
conhecimento.
Em escala
internacional, o Masterclass-Hands on Particle Physics é uma tentativa de aproximar a sociedade e o público jovem da física
de partículas atual e dos experimentos do LHC, no CERN, que envolvem tecnologia
sofisticada de primeiro nível. Vale lembrar que o LHC é o maior acelerador de
partículas já construído, em tamanho e energia, e que nos proporcionou a
observação do bóson de Higgs. O Masterclass-Hands on CERN que acontece na
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e a partir dela, em Natal, RN, Lavras,
MG e Manaus, AM, não é apenas um evento anual,em um único dia. Ele se destaca
por promover um projeto contínuo, ao longo de todo o ano letivo, recebendo
alunos do ensino médio e universitários dos primeiros anos dos cursos de
física, ciências da computação, biblio-teconomia, engenharia e filosofia
para estudos de "Introdução à Física de Partículas", "História da Física",
"Análise de colisões de partículas". Essa é uma das peculiaridades da edição
brasileira do projeto: no Rio de Janeiro ele se tornou um programa de educação
científica de médio prazo. Os participantes da edição brasileira buscam formas
de contextualizar historicamente a física de partículas, e os mais experientes
são motivados a apresentar seus trabalhos para os demais, com o intuito de que
novas formas de compreensão acerca das relações entre a física de partículas e
outras áreas do conhecimento sejam sempre exploradas. Física e História,
Computação, Filosofia e Arte já foram temas abordados.O objetivo da equipe do
Rio de Janeiro é capacitar os universitários como divulgadores da física de
partículas, para levar esse conhecimento para diversas escolas de ensino médio
do país.
Além dos softwares oficiais do projeto, os brasileiros desenvolveram suas próprias ferramentas, como um jogo de tabuleiro analógico, criado por jovens participantes para o ensino de física a estudantes da educação básica. Um dos principais conceitos do projeto, além da relação ciência-tecnologia-sociedade é o de "aprender ciência fazendo ciência". Busca-se ultrapassar a concepção passiva e estática de educação por recebimento de informação e aplicar um método dinâmico no qual o estudante "coloca a mão na massa" e aprende sobre física de partículas praticando a análise de colisões de eventos exatamente como um cientista do CERN o faz. Os professores e alunos de física que participam do projeto sentem que estão fazendo parte da ciência, e não apenas estudando-a impessoalmente.